A PROPÓSITO – MANIAS ESTRANHAS
Manias estranhas
Fiquei quieta por fora, praticando a vida de dentro, dentro de casa, dentro das emoções, das confusões, das dúvidas, das raivas também, tudo isso que adentro ocorre…
No meu dentro é quase impossível qualquer silêncio, cabeça a mil e milhão.
Sinto muitas saudades, sabe. Saudades em geral e em específico. Saudades sem ‘rachadinhas’, saudades inteiras.
Saudades do ‘puta abraço’, do encontro casual que dura uma tarde inteira, do filme na estreia, do camarim e seus ‘merda, salve, parabéns’, do palco na música, da música na vida.
Saudades de tudo o que não fiz, saudades gerais, das minas e das geraes, saudades do Brasil que mal conheço terra a terra, chão a chão, rio a rio, mar e mares.
Saudades da esperança, essa antiga companheira que por vezes se desata das mãos dadas. Saudades do meu pai, da Marieta, da família que há tanto tempo vive em exílio próprio e acostumado. Saudades dos amigos de alma e coração que sempre comigo na caminhada, sem nem mesmo algum aviso, e sempre, sempre, sempre.
Sonhei com a anarco-íris. Sério, ela veio com travessão e tudo, mesmo em sonho. Pensa bem, quem chega com travessão? E ela veio, anarco, freak total, cheia de manhas, nesse sonho maluco e delicioso, veio acalmar e cantava e dançava e pedia algo…
Texto: Palena Duran Alves de Lima (escritora)