Economia

AIRBNB DEVE ABRIR SEU CAPITAL NA BOLSA DE VALORES

Um dos unicórnios mais famosos do mundo – e um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus – deve fazer seu IPO. Na próxima semana, o Airbnb vai à bolsa.

Apesar da oferta inicial ser esperada há muitos meses, seu timing pegou muita gente de surpresa, já que o setor do turismo foi um dos mais afetados pela crise sanitária global.

Mas os executivos do Airbnb, startup fundada em 2008 que transformou todas as casas em potenciais hotéis e revolucionou o segmento do turismo, acreditam que a empresa está bem posicionada para a retomada que se desenha no horizonte.

E o apetite dos investidores por ofertas iniciais parece grande. Além do Airbnb, diversas outras startups do setor de tecnologia devem abrir o capital nas próximas semanas.

O Airbnb anunciou que o preço da ação deve ficar entre US$ 44 e US$ 50. O valor será definido na quarta-feira (9), e as ações começam a ser negociadas no dia seguinte. A expectativa é que a empresa seja avaliada em US$ 35 bilhões.

No prospecto da oferta, a empresa afirma estar confiante nas perspectivas futuras. “Acreditamos que as fronteiras entre viajar e morar estão desaparecendo, e a pandemia acelerou a possibilidade de morar em qualquer lugar.”

Além disso, a companhia afirma que as pessoas usarão a plataforma como uma maneira de obter rendimentos adicionais, alugando quartos ou casas inteiras.

Mas essa é uma visão para o futuro. No presente, os números de 2020 do Airbnb mostram um encolhimento brutal do negócio.

Nos primeiros nove meses do ano, a empresa teve receita de US$ 2,5 bilhões, uma redução de US$ 1,2 bilhão em comparação com o mesmo período do ano passado.

A startup, porém, agiu de forma rápida e decisiva para se adaptar à nova realidade das viagens – e da vida – num mundo tomado pelo medo da Covid-19.

Com as restrições de viagens internacionais e o medo de entrar num avião, e também por causa do isolamento forçado, as pessoas começaram a buscar destinos mais próximos de suas casas.

Os primeiros sinais surgiram em maio. No mês seguinte, a empresa reformulou seu algoritmo para sugerir opções menos distantes. Em julho, o volume de reservas já tinha voltado aos níveis pré-pandemia – embora com um perfil diferente.

“Não sabia que teria de tomar dez anos de decisões em dez semanas”, disse Brian Chesky, fundador e CEO do Airbnb, numa entrevista recente ao The Wall Street Journal.

A agilidade da empresa diante de uma ameaça potencialmente mortal ao negócio foi o que permitiu que o Airbnb seguisse adiante com o IPO.

Mas a adaptação à nova realidade não foi indolor. Em maio, a companhia demitiu 1.900 funcionários, um quarto de seu pessoal. Projetos para expandir o negócio para o transporte aéreo, por exemplo, foram temporariamente interrompidos.

E a empresa ainda é deficitária. Segundo as informações registradas na Bolsa, o Airbnb teve prejuízo de US$ 1,4 bilhão em 2019 e de US$ 2,1 bilhões até 30 de setembro deste ano.

Agência Difusão

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