Schelling acreditava que a natureza é tão real e tem a mesma relevância que o eu, e mais, afirmava que os objetos da natureza, a sua objetividade, é que dá à nossa consciência o substrato, a matéria que iremos reproduzir em nossa consciência.
Na origem, a natureza e a consciência eram uma mesma coisa, estavam ligadas em uma unidade infinita. Mas com a separação entre as duas, nossa consciência deu a si mesma um limite e o limite da nossa consciência é ela mesma, e assim se limitando ela se torna finita e diferente da natureza. A essência dessa consciência, que limitou a si mesma, é o espírito, mas a essência da natureza é a matéria e a essência da matéria é a força.
O homem e a sua racionalidade é a mais elevada criação da natureza. A natureza, tentando refletir a si mesma, cria a razão. O mundo objetivo e natural é inteligência que não amadureceu ainda, é inteligência que não atingiu a sua maturidade.
A natureza é idêntica a nós mesmos enquanto princípio de inteligência, nós somos o produto mais acabado da natureza, mas temos a mesma origem. O homem é o fim último da natureza porque é somente nele que se manifesta o espírito.
A matéria e a força, que são os fundamentos da natureza, tem que ser interpretados pela ciência como um todo e não como fragmentos, e o que possibilita a unificação da natureza é a força enquanto essência da matéria. Essa força o filósofo define como sendo uma atividade pura. A natureza é, portanto uma atividade em si mesma e que não acaba nunca, infinita.
Nessa natureza existem duas tendências, uma é a dispersão e a outra é a unificação. A realidade é o movimento dialético dessas duas tendências que tendem a uma síntese que vão gerar novas incoerências e assim progressivamente.
Outro importante problema que Schelling tenta resolver é o de como as nossas representações influenciam ou determinam os objetos e de como os objetos influenciam ou determinam as nossas representações. Ele tenta entender como o sujeito se relaciona com o objeto e vice-versa.
Para ele a solução desse problema está na estética, pois na arte estão unidos tanto o espírito como a natureza. A arte é uma atividade ao mesmo tempo consciente e inconsciente, é o espírito e a natureza juntos na mesma atividade gerando a beleza. A obra de arte é algo finito, mas como uma significação infinita.
A filosofia tem a pretensão de validade universal, mas nunca atingirá essa validade, a arte sim pode atingir a objetividade absoluta. Se tirarmos a objetividade da arte, ela se torna filosofia e se colocarmos objetividade na filosofia, ela se torna arte.
Sentenças:
– A matéria é espírito apagado.
– A arte deve começar na consciência a terminar na inconsciência.
– Somos conscientes da produção, mas inconscientes do produto.
– Natureza é espírito visível e espírito é natureza invisível.
– A natureza é vida adormecida.
– Conhecer é aprender para criar.
– As ideias são ações com significado ético.
Texto: Arildo Luiz Marconatto
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