Governo do México usará a TV para transmitir as aulas
O governo do México não permitirá aulas presenciais neste ano, o que significa que os 30 milhões de alunos mexicanos serão forçados a aprender remotamente.
As autoridades dizem que a pandemia do coronavírus – que já ceifou cerca de 60.000 vidas em meio a mais de 550.000 casos confirmados – ainda é muito perigosa para permitir que as crianças voltem à sala de aula.
O aprendizado remoto é difícil, mesmo em países desenvolvidos. Mas em lugares como o México, fazer aulas de inglês ou matemática online não é tão fácil – apenas 56% das famílias têm acesso à internet.
Naquela época, no ano passado, Morales era apenas um professor de escola pública montando sua sala de aula, se preparando para abraçar seus filhos no primeiro dia de aula.
Agora, parte ator, parte professor, ele praticava entregar um plano de aula sobre os elementos do som que eventualmente seriam assistidos por milhões.
“É um desafio”, diz ele modestamente. “Não são mais 40 crianças em uma classe onde eu sei seus nomes, paixões, seus jogos favoritos. Aqui, estou preso em um conjunto, mas sei que há milhões de crianças por aí que ainda precisam desse conhecimento.”
Morales faz parte de um ambicioso plano do governo para gravar um conjunto abrangente de aulas para todas as séries do pré-escolar ao ensino médio e depois transmiti-las na TV.
Fez acordos com diferentes canais de TV para veicular esse conteúdo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, com diferentes séries em horários diferentes.
O governo também usará programas de rádio para alcançar crianças sem TV ou internet, a maioria dos quais segundo o governo vive em comunidades indígenas remotas.
“Não há precedente para algo tão grande”, disse Rodolfo Lara Ponte, que dirige o programa educacional de rádio durante a pandemia.
“Planejamos ter 640 programas em 18 estações de rádio em 15 estados do país”, disse ele, acrescentando que muitos são gravados em línguas indígenas exclusivas de diferentes regiões.
Por enquanto, os programas de TV e rádio vão durar até dezembro, mas tudo está sujeito a mudanças com base em como a pandemia se desenvolverá aqui nos próximos meses.
Funcionários do governo que supervisionam o programa uniformemente dizem que o objetivo é colocar as crianças de volta na sala de aula o mais rápido possível, mas, por enquanto, dizem que estão fazendo o melhor que podem.
“Foi uma decisão difícil não reabrir as escolas”, disse Maria Meléndez, a Diretora de Desenvolvimento Curricular do ministério. “Mas, ao fazer as aulas de TV e rádio, isso significa não deixar a lacuna na educação aumentar.”