O FASCISMO ETERNO
Publicado pela primeira vez em 1997, O fascismo eterno tem reflexões atuais e acertivas sobre a ameaça constante do totalitário e suas facetas na sociedade. Com a escrita clara e precisa de Umberto Eco, a obra presenta uma reflexão importante e necessária sobre o sentido da história e a importância da memória.
Uni convite ― um alerta ― para “” esquecer””; para não não dar esse mal como superado ― é o que faz Umberto Eco neste O fascismo eterno. Para nos lembrar que o “”Ur-Fascismo””, como o autor nomeia, “”ainda está ao nosso redor, às vezes em trajes civis””.
O termo “”fascismo”” é facilmente adaptável porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais aspectos, e ele continuará a ser reconhecido como tal. Entre as possíveis características do Ur-Fascismo, o “”fascismo eterno”” do título, estão o medo do diferente, a oposição à análise crítica, o machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a exaltação de um “”líder”” e um constante estádo de ameaça. Tais características não podem ser reunidas em um único sistema; muitas se contradizem entre si e são típicas de outras formas de despotismo ou fanatismo. Mas é suficiente que uma delas se apresente para fazer com que se forme uma nebulosa fascista.
Publicado pela primeira vez em 1997, no livro Cinco escritos morais, esta nova edição chega aos leitores em um momento de ascensão mundial do flerte com o fascismo ― que, como denuncia Eco, longe de ser apenas um momento histórico vivo na Itália, na Europa (e no Brasil) do século XX, é uma ameaça constante à nossa sociedade. Esta reflexão, importante e necessária, ensina a pensar sobre o sentido da história e a importância da memória.
“O Ur-fascismo, ou fascismo eterno, ainda está ao nosso redor, às vezes em trajes civis. Seria muito confortável para nós se alguém surgisse na boca de cena do mundo para dizer: ‘Quero reabrir Auschwitz, quero que os camisas-negras desfilem outra vez pelas praças italianas!’. Infelizmente, a vida não é tão fácil assim! O Ur-fascismo pode voltar sob vestes mais inocentes. Nosso dever é desmascará-lo e apontar o dedo para cada uma de suas novas formas – a cada dia, em cada lugar do mundo.” – Umberto Eco