OPERAÇÃO MASSACRE
Reunidos em uma casa na região metropolitana de Buenos Aires para acompanhar a transmissão de uma luta de boxe pelo rádio, doze homens são presos e levados para a delegacia na noite de 9 de junho de 1956, onde permanecem sem acusação formal ou julgamento até a manhã seguinte, quando enfim são conduzidos a um lixão nos limites da cidade e condenados sumariamente ao fuzilamento.
Eram suspeitos de participar da tentativa de golpe de Estado que os generais peronistas Tanco e Valle haviam incitado naquela mesma noite.
A repressão ao golpe, imediata, empregou julgamentos sumários, fuzilamentos e prisões clandestinas, revelando o caráter violento do governo provisório que, um ano antes, havia deposto Juán Domingo Perón com a promessa de pacificar e devolver a liberdade ao país.
Para reconstituir o percurso dos prisioneiros na noite do fuzilamento, o autor valeu-se de diálogos, contraposição de pontos de vista e outros recursos emprestados da ficção, conferindo à narrativa um ritmo ágil e tenso, próprio do romance policial – gênero com o qual Walsh tinha familiaridade, sendo primeiramente conhecido do público argentino como autor de contos e novelas de suspense.