QUEDA NOS PRINCIPAIS ÍNDICES AMERICANOS
A sessão desta sexta-feira (30) foi de forte queda para os principais índices americanos. O Dow Jones recuou 0,59%, para 26.501,60 pontos, o S&P 500 perdeu 1,21%, para 3.269,96 pontos, e o Nasdaq teve queda de 2,45%, para 10.911,59 pontos na sessão desta sexta-feira.
Com isso, Wall Street registrou a pior semana desde o “sell-off” de março em meio a fortes baixas de papéis de grandes techs americanas, um aumento recorde em casos de coronavírus e diante do nervosismo diante das eleições presidenciais nos EUA.
Na noite da última quinta-feira, Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google), Facebook e Twitter divulgaram os seus resultados trimestrais. Nesta sessão pós-balanços, a Apple viu as suas ações caírem 5,60%, a US$ 108,86, a Amazon teve fortes perdas de 5,52%, a US$ 3.033,68, o Facebook teve perdas de 6,31%, a US$ 263,11, enquanto o Twitter teve uma impressionante baixa de 21,11%, a US$ 41,36.
Com isso, a Apple perdeu US$ 110,48 bilhões de valor de mercado, para R$ 1,862 trilhão, enquanto a Amazon perdeu US$ 88,8 bilhões (indo a US$ 1,52 trilhão). O Facebook perdeu US$ 50 bilhões, totalizando o valor de mercado de US$ 749,6 bilhões. Já o Twitter, com a queda bem mais forte, perdeu US$ 8,75 bilhões, indo a US$ 32,7 bilhões de valor de mercado. Juntas, as quatro companhias perderam US$ 258,54 bilhões.
A exceção ficou com a Alphabet, que teve alta de 3,43%, a US$ 1.621,01, e ganhou US$ 36,57 bilhões em valor de mercado, para US$ 1,1 trilhão. Nesta semana, mais precisamente na última terça-feira (27), também foram divulgados os dados da Microsoft, cujas ações tiveram baixa de 1,10%, a US$ 202,47 nesta sessão.
Apesar dos resultados considerados positivos para Amazon e Facebook, as suas ações caíram forte na sessão em Wall Street; a Amazon previu salto nos custos relacionados à Covid-19, enquanto o Facebook alertou para um 2021 mais difícil, o que impacta as ações das companhias.
Já a Apple Inc viu seus papéis registrarem fortes perdas após a companhia informar a maior queda nas vendas trimestrais do iPhone em dois anos devido ao lançamento tardio dos novos telefones 5G. O Twitter, por sua vez, decepcionou com o baixo crescimento na base de usuários.
Já a Alphabet, dona do Google, superou as estimativas para vendas trimestrais já que as empresas retomaram os anúncios e viu as suas ações subirem.
“Os resultados das techs bateram as estimativas, ‘mas o mercado é muito exigente e esperava guidances ainda melhores. Por essa razão, todas registraram quedas (com exceção da dona do Google), pois os investidores tinham grandes expectativas”, explicaram, em nota, os analistas do Bankinter.
A semana foi marcada pela divulgação de resultados de grandes empresas. Conforme destacam Guilherme Giserman, Vinicius Araujo e Gustavo Senday, analistas internacionais da XP Investimentos, quase 50% do S&P 500 apresentou resultados, com o peso puxado justamente pelas FAAMGs – Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google -, que sozinhas respondem por 23% do valor de mercado do índice.
“Aliás, é a primeira vez que se atinge tal concentração; durante a bolha pontocom de 2000 a relação das top 5 chegou a uma máxima de 18%”, destacam os analistas.
Até o final desta sexta, 75% das empresas do mercado americano terão divulgado resultados, dando uma boa ideia de como se comportou o consumidor durante este trimestre de reabertura econômica parcial, avaliam os analistas.
Cerca de 270 das 500 maiores empresas americanas já revelaram os seus números e, no agregado, lucros vieram 17% acima dos modelos, com apenas 40 companhias desapontando (15%). Ou seja, do total, 85% ou divulgaram lucro em linha ou acima do esperado.
Até o momento todos os setores superaram as previsões, com exceção de utilities. Conforme apontam os analistas, o destaque vai para o petrolífero, com lucros 125% acima das baixíssimas expectativas (alcançando US$ 450 milhões). Mesmo assim, petroleiras são as que mais sofrem com a falta de visibilidade da demanda da commodity e veem seu faturamento cair em 34% na base anual.
O líder de crescimento de lucro no trimestre foi o setor de bens de consumo (englobando alimentos, bebidas e bens de uso doméstico), com alta de 13% ao ano.
O setor de tecnologia, por sua vez, alcançou US$ 33,2 bilhões de lucro até o momento, crescendo 11% na base de comparação anual.
Contudo, alguns analistas de Wall Street projetam que as ações de tecnologia e comunicações que impulsionaram uma recuperação massiva nos mercados dos EUA neste ano enfrentarão tempos mais difíceis nos próximos meses, não importa se o presidente republicano Donald Trump ou o desafiante democrata Joe Biden ganhe as eleições de terça-feira.
Fonte: InfoMoney