Lives

TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

O mês de fevereiro começa como retorno da Campanha #AulaEmCasa do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Artistas, funcionários e convidados vão dar aulas gratuitas online para a população. A primeira bailarina Nora Esteves e a diretora, professora e coreógrafa Regina Sauer darão hoje (1º) a primeira aula, às 17h, sobre jazz, dança contemporânea e técnicas Graham, que cria relação entre a respiração e o movimento.

Durante a live, que pode ser acompanhada no Instagram @theatromunicipalrj, as professoras vão interagir com o público e responder a perguntas dos participantes.

Centro de Documentação (CEDOC/ FTMRJ)

Nora Esteves fez parte do júri do Prêmio Benois de la Danse, no Teatro Bolshoi, em Moscou – Centro de Documentação (CEDOC/ FTMRJ)
Primeira bailarina do Theatro Municipal, Nora trabalhou no Joffrey Ballet, em Nova Iorque; com Roland Petit, na França e em outras companhias internacionais. Foi a primeira brasileira convidada a fazer parte do júri do Prêmio Benois de la Danse, em Moscou, Rússia, no Teatro Bolshoi. Ela foi também professora convidada do Ballet da Ópera de Roma, onde passou dois meses recentemente, fazendo turnê com a companhia, em Lodz, Polônia.

A diretora e coreógrafa Regina Sauer está em atividade com a Cia Nós da Dança desde 1981, com 20 espetáculos criados, sendo Maria o mais recente. É diretora e professora de jazz e dança moderna do Centro de Artes Nós da Dança. Regina coreografou diversos programas de TV, como a abertura do Fantástico, Criança Esperança, Sandy e Jr., Sítio do Pica-Pau Amarelo, além de novelas. Durante vinte anos trabalhou no carnaval carioca, fazendo coreografias de comissões de frente, carros alegóricos e alas. Em 2017 e 2019, Regina Sauer coreografou a Rock District, para o Rock in Rio; e em 2018 e 2019, participou como jurada e professora no Festival de Joinville (SC).

Férias

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro dá seguimento também neste mês à Temporada de Férias Online, com a exposição Tatiana Leskova: Bailarina de Corpo e Alma. A mostra integra a Série Coreógrafos no Municipal e está disponível no endereço do teatro na internet. A exposição virtual resultou de pesquisa feita pela historiadora Fátima Cristina Gonçalves, mestre em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Fátima é chefe do Centro de Documentação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro desde 2015.

Com 40 anos de sua trajetória artística dedicados ao Theatro Municipal do Rio, a bailarina e coreógrafa francesa, de ascendência russa, Tatiana Leskova, é a homenageada na exposição virtual em formato de ‘e-book’. Conhecida como Dona Tânia no meio da dança, que é um diminutivo carinhoso para o nome de Tatiana, na Rússia, a lendária bailarina e coreógrafa influenciou a carreira de inúmeros profissionais.

Carreira

Tatiana Leskova iniciou os estudos de balé aos 10 anos de idade; aos 14 anos, começou a carreira profissional como estagiária no Opera Comique de Paris. Aos 17 anos, passou a integrar o Original Ballet Russo, uma das principais companhias de dança do mundo, chegando em Londres às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial.

Entre 1939 e 1944, permaneceu nessa companhia, atuando como uma das principais estrelas em turnês na Austrália, Estados Unidos e América do Sul. Em 1944, resolveu morar no Rio de Janeiro, onde passou a dançar no Cassino Copacabana. Com o fechamento dos cassinos no Brasil, Tatiana criou o Ballet Society, que reunia jovens bailarinos. Em 1950, ela ingressou no Theatro Municipal, iniciando carreira como maître e coreógrafa do Corpo de Baile.

Nos oito anos de sua gestão, com o trabalho realizado junto ao corpo de baile da casa, Tatiana transformou o Municipal em um celeiro de jovens e talentosos bailarinos, tornando célebre e respeitável internacionalmente o Ballet do Theatro. Graças a seu talento e bom relacionamento com renomados profissionais da dança, recebeu nas temporadas do Municipal bailarinos como Serge Lifar, Violeta Elvin, John Field, Tamara Toumanova, Norah Kovach e coreógrafos consagrados como Vaslav Veltchek, Nina Verchinina e o lendário Leonide Massine, bailarino que substituiu Nijinsky na companhia de Sergei Diaghlev e coreógrafo do Ballet Russo de Monte-Carlo. Massine atuou nas temporadas de 1955 e 1956 do Municipal do Rio.

Ainda durante a gestão de Tatiana, importantes companhias de balé fizeram parte das temporadas do teatro na década de 1950, consolidando o Municipal como um ponto obrigatório das turnês internacionais, entre as quais a Companhia do Opera de Paris, o American Ballet Theatre, além de bailarinos do Teatro Bolshoi de Moscou que se apresentaram também no equipamento.

Tatiana Leskova coreografou produções, como as óperas Izaht (1952) e Descobrimento do Brasil (1960, juntamente com Eugenia Feodorova, de Villa-Lobos; o bailado O Espantalho (1954), de Francisco Mignone ; O Galo de Ouro, versão de M. Fokine, em 1963; a primeira apresentação completa de Giselle, em 1951, com a própria Tatiana protagonizando o espetáculo, e suas diversas remontagens no Municipal. Coreografou ainda Descobrimento do Brasil, de Villa-Lobos, em 1961, 1970, 1971, 1974 e 1987. A ópera Izaht, de Villa-Lobos, coreografada por Leskova, teve estreia mundial no Theatro Municipal do Rio. Os trabalhos mais recentes de Tatiana no equipamento foram Sagração da Primavera (2013) e Les Sylphides/Raymonda/Sagração da Primavera (2015).

Edição: Maria Claudia
Fonte: Agência Brasil

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