Turismo Esportivo: corridas a pé, o pedestrianismo
TURISMO ESPORTIVO: CORRIDAS A PÉ, O PEDESTRIANISMO
Pedro Abe Miyahira*
A prática de corridas a pé (pedestrianismo) tem crescido constantemente nos últimos 20 anos, seja como atividade esportiva, seja como atividade física, mudando o comportamento do consumidor em vários aspectos e a melhora da sua qualidade de vida.
Muitos praticantes de pedestrianismo já se inspiraram na famosa e quase centenária corrida de São Silvestre, correndo pelas ruas de São Paulo na virada do ano. O tempo passou e a corrida começou a ser realizada durante o dia.
Aos poucos, o “cooper” de final de semana nos parques tornou-se uma atividade física diária. As lojas de artigos esportivos se especializaram em equipamentos para corridas a pé: tênis e roupas tecnológicas, gadgets de mil e uma utilidades e uma infinidade de acessórios.
Apareceram aplicativos para smartphones que vão muito além de um GPS, medindo tempo, ritmo do corpo e distâncias percorridas.
Em relação ao turismo, as competições de corridas a pé em diferentes lugares do país e do mundo motivaram mais viagens para muitos destinos, modificando o comportamento do consumidor e do turista nesta modalidade de esporte-participação, além da companhia de famílias, turmas de amigos e grupos de corridas.
Falando em corridas a pé como esporte de participação, muitos atletas viajantes se adaptaram à outra modalidade do pedestrianismo com distâncias maiores, além das tradicionais corridas de 10 km, 21 km ou maratona: é o caso das ultramaratonas e as atividades turísticas que as envolvem, por exemplo, a Brazil135 Ultramarathon (São João da Boa Vista/SP a Paraisópolis/MG), Badwater 135 Ultramarathon (Califórnia, EUA), Ultra-trail du Mont-Blanc (França, Itália e Suíça), Comrades (África do Sul), Spartathlon (Grécia), entre outras.
No Brasil, há uma grande oferta de eventos nesse segmento de turismo esportivo. A Maratona de São Paulo e do Rio, assim como a Corrida de São Silvestre atraem muitos turistas que aproveitam o período pós-prova para permanecer mais dias nas cidades. Em regiões fora dos grandes centros, por exemplo, há o Desafio Urubici (SC), Bertioga-Maresias (SP), Travessia Torres-Tramandaí (RS) e Ultramaratona da Serra (PB), entre outros, que movimentam o turismo regional.
Sem dúvida, no âmbito internacional, a Maratona de Nova Iorque é um grande e clássico atrativo até hoje para os maratonistas viajantes, mas há milhares de opções mundo afora. Até mesmo os atletas de rendimento tiram alguns dias para reposição de energias, recuperação corporal e mental e conhecer novas culturas e lugares diferentes.
Neste ano de 2020, muitos eventos esportivos da modalidade foram prorrogados para 2021 com novas datas, protocolos sanitários e muita motivação para os participantes. E a retomada do turismo vem acompanhando de perto as novas mudanças. Pratique atividades físicas em suas próximas viagens.
* Pedro Abe Miyahira é diretor de projetos e pesquisa da ONG RECRIATUR – Rede de Empreendedorismo, Criatividade e Inovação em Turismo; advogado (PUC-SP); membro da IFTUR Jr. (empresa júnior do curso superior de Tecnologia em Gestão de Turismo do Instituto Federal de São Paulo – IFSP-SPO).
Contato: projetos@recriatur.org.br